sábado, 18 de agosto de 2012


É comum que garotas sonhem com o príncipe dos sonhos, com os filhos dos sonhos, com a casa dos sonhos, enfim, com a vida dos sonhos. Toda uma perfeição que - talvez - não exista. Porque nem tudo na vida será igual a contos de fadas. Mas eu não estou dizendo para que pare de sonhar, para que deixe de desejar. Muito pelo contrário, é tudo o que eu mais quero na vida.
Uma casa pequena, um jardim florido com ipês no quintal, um cachorro grande e peludo - para reclamarmos dos pêlos pela casa - , alguns vasos improvisados, brinquedos pelo chão - que parecem furar os pés da gente quando não os vemos por lá -, um sofá pintado por alguma canetinha ligeira, um sentimento de família montada, de missão cumprida. Poder dividir esses sentimentos, avós dentro de casa, a missa na manhã de domingo, o almoço, a reunião e as risadas nostálgicas. Não é errado querer ter isso hoje, é? É ser diferente demais? Careta demais? Romântica demais?... Só temo o tempo estar passando depressa e eu não conseguir achar a peça principal para isso. Um "você".

sexta-feira, 16 de março de 2012

Depois que você passa por uma série de namoros - não tão cheia de temporadas, é claro - você meio que demora pra engatar em qualquer tipo de relacionamento. Talvez seja medo, não sei, mas a sensação é melhor definida como precaução. Pelo simples fato de que é sempre bom evitar qualquer tipo de dor.
Acontece que em determinado momento outros sentimentos começam a ser maiores do que o de PRECAUÇÃO. Por exemplo, aquela adrenalina gostosa de pegar a bicicleta - yes, why not? - e ir livremente até o encontro de alguém que valha a pena, só pra bater um papo, ficar sentado no banquinho da pracinha rindo loucamente de coisas sem sentido. Essa é uma saudade indescritível. Outra, e pode-se dizer que é a melhor, é aquela de beijar calmamente, como se você quisesse sentir tudo o que acontece naquele momento... uma mão que sobe à nuca, um cafuné, uma mordida. É como se você pudesse sugar tudo de bom que aquela pessoa tem.
É polêmico quando comento com os meus amigos que prefiro toda a parte do flerte ao beijo - principalmente o beijo - do que ... o depois, rs. Sei lá, talvez seja coisa de signo, talvez seja apenas gosto. Penso que é só uma característica a mais. Incomum, mas verdadeira. Porque, para mim, não existe contato tão mais íntimo que o beijar, e é de grande importância fazer dele um dos melhores momentos, quase tão bons que seriam inesquecíveis.
Não sendo melhor do que isso, mas quase no mesmo patamar, é o olhar nos olhos. Penetrar nas "janelas da alma", conhecer a fundo, perder-se no encantamento de certos olhares e não mais ter motivos para se encontrar.
Enfim, são lembranças como essas, acrescidas de um amadurecimento mais íntegro, que te impulsionam a querer - procurar, buscar, esperar, abrir-se - novos tipos de relacionamentos, novas pessoas, novas histórias. E, é claro, sempre com muita, mas muita, cautela, pois a vida, os diversos contextos, sempre têm os seu "poréns".
Uma marola vira onda que demora a quebrar. Mas quebra, e quando o faz se transforma em espuma que dentro de pouco se dissipa. Assim também é o desejo.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

É, para mim está sendo mais difícil me desapegar de você. Mas eu não posso negar que isso está em processo e, talvez, mais rápido do que eu imaginava que fosse ser. Acontece que tem dias, na verdade, momentos de um dia em que aquela coisa acerta em cheio. Coração, memória... fraquezas.
Dois anos e dois meses de reflexão e eu descobri que o que falta(va) para mim é(ra) eu me perdoar, o que não acontece(u) porque eu, até então, não consegui(a) acreditar quando você diz(ia) que me desculpa(va). Até que eu passei a fazer disso uma verdade. Ficou mais fácil.

Refletindo também pude chegar à conclusão de que eu, talvez, estivesse sendo egoísta DEMAIS por ainda sentir esse amor que me transborda. Porque eu, talvez, só quisesse sentir aquilo que era bom, talvez só quisesse me prender a um ridículo "status" de "eu amo alguém perdidamente", mas principalmente, egoísta demais por querer manter isso só porque quando eu estava com você, eu era melhor, muito melhor. Porque quando eu amava incondicionalmente você, era o melhor de mim, por mais que não fosse o suficiente.

Eu não posso, não devo, não quero acreditar nesse egoísmo, pelo simples fato de que quando éramos nós, não havia possibilidade de eu ser egoísta, de eu ver malícia. Um pouco medrosa, confesso, meu maior erro foi atender a uma covardia mascarada de uma liberdade que ainda não havia provado, de uma malícia, uma"segunda intenção" que eu ainda não conhecia. E foi esse medo que me levou a pensar que isso, que ainda acelera meu músculo cardíaco, era só um mecanismo de defesa com o intuito de não me fazer esquecer daquilo que havia de melhor em mim, de você.

Isso é impossível. O desapego de você é muito mais difícil do que de qualquer outra coisa. Não é como uma droga, nem nada do tipo. Muito pelo contrário, jamais compararia algo de carga tão negativa a tudo de bom e positivo que realmente é. Mas acontece que tudo o que há de melhor em mim se resume a você. E quando eu tento ser o que há de bom em mim, eu acabo sendo o que éramos nós.