terça-feira, 31 de março de 2009

A questão nem é o que você espera do mundo, das pessoas.

A questão é o que elas esperam de você.

O que você vai dizer.

O que você vai fazer.

Como você vai reagir.

Elas sempre esperam que a gente o faça de alguma maneira.

E nós surpreendemos.

Nós mesmos, elas.

E de todas as surpresas, a resposta mais inesperada.

O sorriso.

Sorriso aprisiona as pessoas.

Sustenta olhares.

Cria certas ilusões.

Mas não é por isso que ele é surpreendente.

É porque ele é sincero.

A sinceridade é inesperada.

Deve ser por isso que ele brilha mais.

Então, não espere muito de mim.

Quando agir de certa forma, andar de certa forma, falar, perguntar de certa forma.


Eu sorrirei.

Cici.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Tem certos caminhos que a gente tem um desejo enorme de se perder.


Pra nunca mais encontrar.


Certos caminhos, que são caminhos de outros.


Certos caminhos que são, praticamente, você.


Caminhos novos.


Estranhos.


Difíceis de se alcançar (esses são os melhores).


Qual é o meu?


Eu ainda só estou procurando as placas.


Cici.

sexta-feira, 27 de março de 2009



Sonho.


Esses dias eu estava na padaria atrás de uma mulher com uma criança, assim, de 6 ou 7 anos, pelo menos era o que me parecia.

A mulher pediu, com um trocado, um (1) pão diferente, tipo desses recheados. A criança, então, apontou um sonho. A mãe pensou um pouco, e pediu para o "moço" do balcão um (1) sonho. Os olhinhos da criança brilharam. As mãozinhas se enrolaram na camisetinha tamanha era a excitação, assim como as crianças ficam. O homem pegou o sonho, colocou dentro de um desses saquinhos de pão e o entregou à mãe. Ela pegou o saquinho e o deu à criança.

Ele saiu pulando de felicidade, chegou à porta da padaria e disse a uma senhora que estava parada ali em frente:

- Olha, Vovó. Um sonho. - e sorriu. Abriu o saquinho e ficou olhando aquilo que estava lá dentro com um brilho nos olhos que ofuscava até os expectadores (eu).

A senhora olhou o menino e olhou para a mãe, que observava tudo de lá de dentro.

- Um sonho? - ela perguntou.

A mãe desviou o olhar e a pergunta. Voltou-se para o balcão e pegou a conta.

-*-


O capitalismo conseguiu colocar os sonhos e a felicidade de uma criança "da classe média" dentro de um saquinho de pão.

O que ele fez com os sonhos e a felicidade da criança que nem sabe o que é um pão?

Ele colocou no mundo utópico, e os substituiu com a miséria.


Cici.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Je t'aime, Paris.


"Où l'amour sera roi

Où l'amour sera loi

Où tu seras reine


Ne me quitte pas

Ne me quitte pas

Ne me quitte pas..."


(Maysa - "Ne me quitte pas")


Um sonho *.*




domingo, 22 de março de 2009

Borboletas.






"Da minha vida posso oferecer-lhe o conforto;





Dos meus lábios ofereço-te doces beijos;





Das minhas mãos dou-lhe leves carícias;





Dos meus olhos espere um piscar sem graça;





E do meu jardim a beleza de todas as borboletas."






Foto: By Me


Cici.






sábado, 21 de março de 2009

.


Às vezes bate forte dentro do peito

a vontade de te carregar nos braços.

De poder sentir o ar atravessar seus pulmões

apressadamente

à medida que meus lábios se aproximam

dos seus.


Às vezes, só às vezes.


Vontade de ouvir o som do seu sorriso,

de dizer calado ao pé do seu ouvido

que lugar nenhum no mundo

vai ser tão aconchegante

quanto este aqui

com você


Às vezes, só às vezes.


De poder querer sentir o seu coração

querendo pular do penhasco

e se espatifar no meu peito.

De ver seus olhos enrubecerem

por causa da intimidade que os meus procuram.


Às vezes, só às vezes.


Cici.

sexta-feira, 20 de março de 2009


A palavra, a fala, a maneira como nós nos comunicamos, surgiram com a razão, e da razão fez-se a cultura, por tanto, a palavra e a fala, também são cultura, o que nos diferencia, de certa forma, dos outros animais. E algo com tanto valor não deveria ser utilizado da maneira como eu tenho visto pessoas fazendo. A palavra tem uma força imensurável, isto é, ela só, sem contar a entonação, o valor, que damos a ela. Os livros por exemplo, palavras deixam de ser palavras, são histórias. Mas ultimamente, acho que o que tem "detonado" o mundo em que vivemos é o excesso de fala, excesso de palavras, de informação. É tanta, que a maioria opta pela ignorância, pelo comodismo.








O mundo precisa mais de silêncio.









Afinal, quem disse que o silêncio é algo ruim? Para falar a verdade, nunca ouvi som mais bonito do que o do silêncio. E não quer dizer que está vazio, muito pelo contrário, o silêncio enche, deve ser por isso que incomoda tanto.





"Vamos falar mais baixo, vamos parar para escutar."



"Às vezes o silêncio tapa os buracos e o amor prossegue intacto"


Cici.