Sonho.
Esses dias eu estava na padaria atrás de uma mulher com uma criança, assim, de 6 ou 7 anos, pelo menos era o que me parecia.
A mulher pediu, com um trocado, um (1) pão diferente, tipo desses recheados. A criança, então, apontou um sonho. A mãe pensou um pouco, e pediu para o "moço" do balcão um (1) sonho. Os olhinhos da criança brilharam. As mãozinhas se enrolaram na camisetinha tamanha era a excitação, assim como as crianças ficam. O homem pegou o sonho, colocou dentro de um desses saquinhos de pão e o entregou à mãe. Ela pegou o saquinho e o deu à criança.
Ele saiu pulando de felicidade, chegou à porta da padaria e disse a uma senhora que estava parada ali em frente:
- Olha, Vovó. Um sonho. - e sorriu. Abriu o saquinho e ficou olhando aquilo que estava lá dentro com um brilho nos olhos que ofuscava até os expectadores (eu).
A senhora olhou o menino e olhou para a mãe, que observava tudo de lá de dentro.
- Um sonho? - ela perguntou.
A mãe desviou o olhar e a pergunta. Voltou-se para o balcão e pegou a conta.
-*-
O capitalismo conseguiu colocar os sonhos e a felicidade de uma criança "da classe média" dentro de um saquinho de pão.
O que ele fez com os sonhos e a felicidade da criança que nem sabe o que é um pão?
Ele colocou no mundo utópico, e os substituiu com a miséria.
Cici.
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