quinta-feira, 17 de setembro de 2009



Eu vou deixar o vento levar.
Levar-me. Levantar-me.
Assim como os pêlos da cabeça.
Que têm em suas diretrizes
Esse propósito:
Deixarem-se levar pelo vento.

Existem pessoas que são de pessoas.
Existem pessoas que são de coisas.
Existem pessoas que são do mundo.
Eu sou do mundo.
E ao mundo eu me deixo. Use e abuse de mim.

Pois, entorpeça-me com todas as notas musicais;
Com todos os conjuntos delas;
Com todos os ritmos que regem essa azul circunferência.
Usa-me – este pedaço de carne –
De todas as maneiras que desejastes.
Eu sou livre de regras. Usa minha liberdade.

Divirta-me com as cores mescladas
Com as separadas
Com as que se complementam.
Encanta-me com diversidade.
Embebeda-me com palavras atraentes.
Atraia-me de maneira convincente.
Eu sou do mundo.

Eu nasci assim e ficarei assim.
Vagando na simplicidade.
Curtindo a iminência da surpresa.
Lógico, com os pés bem fixos na terra.
A cabeça bem alta no céu.

E na curta distância entre ambos,
Fica o resto do meu corpo
Bailando “ignorantemente”
A complexidade da existência.

“Ingnorantemente”. Pois a física,
A política, a química, a matemática,
A geografia, a economia, a história,
E todas as complicações,
Deixo aos infelizes.


Cecília. -

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