domingo, 31 de julho de 2011



A pior parte é quando nós temos que deixar partir. Arrancar um pedaço do peito voluntariamente. Vê-lo se afastar cada vez mais pelo vidro traseiro do carro. Foi assim da última vez em que ficamos juntos. Eu te vi sumir atrás, mas ainda estou olhando para o retrovisor. 
Eu não estou conseguindo passar por essa parte. Tirar você de dentro de mim, da minha mente, é suicídio. Um medo mortal de jamais sentir amor novamente. Então eu me apego a isso, ao amor que tínhamos, e que ainda mora aqui. 
Apego… machuca. Está mais do que na hora de eu te colocar no carro e te levar para um floresta. Para você ir viver, encontrar seu caminho; para o seu próprio bem. E eu, ao entrar no carro, não mais te procurar em qualquer reflexo. Saber que eu posso refletir o que tem de melhor em mim e em você por conta própria, sem ter a necessidade de sempre te buscar na memória.
A pior parte é quando nós temos que deixar partir.
Eu já estou dentro do carro, mas você ainda está no retrovisor. Saia, por favor. Assim eu posso ligar o motor e seguir meu caminho.

3 comentários: