quinta-feira, 1 de setembro de 2011


É mais uma daquelas crises que a gente tem em dias chuvosos, quando não se quer sair de casa, especificamente da cama. Você já terminou de ler aquele livro de jornalismo impresso e não tem mais nada a se prender, porque todos os outros trabalhos já foram adiantados. Em que pensar agora? Nas surpresas? Nas aparições? Nos sonhos?
Sonhar é difícil quando, depois de tanto tempo, você já treinou seu cérebro para não fazê-lo. Dói. Os pensamentos ficam perdidos. A gente fica perdido, sem saber qual deles devemos enraizar, sem saber em qual deles botar alguma fé.
Fé. Costumava-se crer mais. Em tudo. Nas pessoas, no mundo. Em si mesmo. Não há meio de se perde-la, ela não deixa de existir dentro de si, mas perder-se dela durante o caminho é possível. Assim como acontece com o tal do amor.
Aceitar que éramos jovens e estávamos apaixonados pela idéia do amor é dizer que, 1º, envelhecemos e, 2º, fomos idiotas o suficiente para acreditar no clichê romântico e pensar que podíamos viver de pão e água, porque tínhamos um ao outro e isso bastava.
Idiota eu não fui.. meus 18 anos, apesar de parecerem 50, apontam que não, eu não envelheci. Aliás, parecer uma cinquentona é efeito nítido da perda de crença em amores tolos. Existem, sim, histórias de pessoas que só encontram o verdadeiro amor depois de bem amadurecidas e ficam felizes para sempre. Mas as pessoas que eu conheço são as que deixaram para trás uma grande história e se adaptaram a uma paixão pertinente o suficiente para construírem um lar.
Lar. É nisso o que eu penso quando me vem você à cabeça. Casa, filhos, cães e jardim para cuidar. É isso o que eu sei que eu vou ter que sonhar sozinha daqui em diante. Construir sozinha. Com todo o amor que eu sinto por você guardado só para mim. Desejando sempre que você seja a pessoa mais feliz do mundo, que Deus abençoe sempre a sua vida, que encontre a pessoa certa para o caminho que você escolheu.
Somos como uma música velha que é pertinente a uma velha melodia tocada em um piano velho: eternos românticos cafonas abestalhados, que levam lágrimas aos olhos, sorrisos aos rostos e eternidade até a última nota ser tocada.

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