sexta-feira, 8 de outubro de 2010


Outro texto que achei nos meus guardados.
"Esses dias descobri porquê nós, humanos, seremos eternamente insatisfeitos, seremos eternamente infelizes, eternamente peregrinos de uma busca sem lógica. É simples: Porque o sol e a lua jamais se encontrarão.
Dois amantes eternos perdidos no tempo e no espaço divididos por uma tênue linha: O Horizonte.
Quando um cai, outro se levanta.
O Crepúsculo? Belo, puro e aconchegante, é a esperança flamejante que um tem de poder tocar o outro.
A Aurora? O prazer que ele tem em fazê-la dormir.
A noite? A necessidade dela de reluzir o amor luzente para nunca perdê-lo.
Dias nublados? É, às vezes aperta no peito dele a insatisfação da distância.
Noites escuras demais? É, às vezes, nela, bate um sentimento de evanescimento. Sumir, sem luz.
A chuva é o cair das lágrimas de ambos.
Bem, sempre buscando, sempre quase alcançando, viver rodando um atrás do outro, sempre separados por uma linha fina, a um horizonte do toque, a um dia de distância, a uma noite de amor.
Não pensem que eles são egoístas. Que só porque nunca se tocarão, fazem-nos seres eternamente pesarosos. Não, muito pelo contrário. Não vejo exemplo maior de altruísmo, afinal, com tudo isso, ele nos dá a vida e ela nos dá o descanso. Um dia azul, uma noite estrelada.
Egoístas eles não são.
Às vezes de tão opostos são iguais.
Às vezes de iguais são opostos.
De tudo, são dispostos.
Às vezes ele é ela. Ela é ele.
Há um complemento de igualdade, mesmo quando há oposição.
É, a culpa é do horizonte, meu bem.
(4h34 min)"

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